terça-feira, 17 de novembro de 2015

Desagravo formal e urgente à vilipendiada banana da Madeira
















Um dia destes, prometo, hei-de ser capaz de desligar o rádio e a televisão, evitando, deste modo, aborrecer-me com o abundante caudal de esterco que produzem os representantes das instituições que concentram a atenção dos jornalistas, essa massa infecta que vai dos presidentes de clubes de futebol ao presidente da república (sem esquecer os bitaiteiros e líderes do PàF, da CIP, da CCP, da UGT, da UE, do BCE e das siglas bancárias em geral). Hoje, porém, tomei conhecimento das declarações elogiosas proferidas pelo indivíduo senil que é a primeira figura do Estado e que tiveram por alvo a banana da Madeira, nomeadamente o seu tamanho e sabor. Ora a banana da Madeira é, com efeito, um magnífico fruto, sobretudo quando é pequeno por não ter crescido à pressa dentro dos sacos de plástico azuis que agora pintam as encostas da ilha. Quando limpa e honesta, não há banana mais saborosa, pelo que, embora conspurcada pelo elogio de Cavaco, importa deixar claro que as bananas da Madeira não podem ser todas confundidas com a badalhoca turbinada que o presidente da república mastigou. Nem o Cavaco consegue estragar todas as bananas da ilha.